Tuesday, May 06, 2008

MAVUTSININ - O Último Kuarup

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5.5.2008



SEXTA-FEIRA, DIA 9 DE MAIO, ÀS 20HS: "MAVUTSININ- O ÚLTIMO KUARUP", POR RENATO SOARES

Nesta sexta-feira, dia 09 de maio, a partir das 20hs, a Ímã Foto Galeria convida você para o coquetel de abertura da exposição – "Mavutsinin- O Último Kuarup", do fotógrafo e documentarista Renato Soares. Por meio de 20 painéis fotográficos, Renato apresenta a simbologia do Kuarup de Orlando Villas Bôas, realizada em 2003, no Alto do Xingu.

Renato conheceu Orlando Villas Boas, um dos maiores indianistas brasileiros, em 1992. Do primeiro contato, nasceu uma grande amizade e também um novo olhar dirigido à cultura e à arte dessas nações e a necessidade imediata de aprofundamento no estudo antropológico desses povos.

"Mavutsinin- O Último Kuarup" apresenta a homenagem que os índios xinguanos prestaram a Orlando Villas Boas, falecido em dezembro de 2002. Foi no domingo, 20 de julho de 2003, que guerreiros e convidados jogaram nas águas do rio Xingu os troncos pintados e enfeitados que representavam os irmãos, Orlando e Cláudio Villas Bôas. O de Cláudio, que havia sido homenageado num Kuarup anos antes, estava em São Paulo, pois Orlando queria "ficar próximo do irmão" por mais tempo. Coube ao fotógrafo Renato Soares montar uma expedição para levar "Tio Cláudio" como foi carinhosamente chamado pela equipe.

Neste conjunto de imagens, Renato Soares abandona o simples registro fotográfico do acontecimento para centrar o olhar nos pequenos detalhes da cerimônia, considerada uma das mais importantes dentre os rituais dos povos do Xingu. São retratos de um universo rico em cores, texturas, movimento de corpos, adereços e outros pormenores que poderiam passar despercebidos para muitos, mas que não escaparam às lentes do fotógrafo.

LEIA ABAIXO UM TRECHO DA ENTREVISTA COM RENATO SOARES

Ímã- Como você conheceu Orlando Villas Boas?
Renato Soares- Conhecer o Sertanista Orlando Villas Bôas foi o início de uma nova fase em minha vida. Já imaginou conhecer um herói que sai das páginas das revistas em quadrinhos para dar um abraço e contar novas e antigas aventuras? Pois foi assim que me senti em 1990 quando fui fotografar este personagem brasileiro. Dali surgiu uma grande amizade e também meu primeiro livro: "Krahô – Os Filhos da Terra!", com texto de abertura do Orlando. Ele me abriu um universo de conhecimento e sabedoria, pois se eu já tinha um desejo contido de conhecer o Brasil e seus primeiros habitantes Orlando acrescentou a paixão e também a necessidade do estudo sobre nossas etnias. Ele costumava dizer com toda eloqüência que lhe era característica:"A Criança é dona do mundo, o Homem dono da aldeia e o Velho o dono da história!"

Ímã - Como se desenvolve um trabalho dentro de terras indígenas?
Renato Soares- Antes de qualquer coisa deve-se saber que trabalhar com temas étnicos é mais complexo do que se imagina. Você deve estar com suas vacinas em dia (febre amarela, antitetânica, hepatite), alem de ter uma boa disposição física para grandes caminhadas, ficar sentado durante horas em embarcações desconfortáveis e estar preparado para outras adversidades como um ataque de insetos indesejáveis, sol e muita umidade. É aconselhável também conhecer um pouco sobre a cultura do grupo que se pretende fotografar para não cometer gafes. Uma praxe muito comum quando você chega a uma aldeia é procurar ter uma reunião formal com as lideranças e colocá-los a par de todo o desenvolvimento de seu projeto. Assim que todos estiverem de acordo, você poderá começar a fotografar... o ideal destes documentários é que você tenha recebido um convite e também conhecer pessoas que transitam neste universo, pois não aconselho ninguém a sair por ai a se aventurar. A Fundação nacional do Índio (FUNAI) deve estar a par do trabalho. A maneira correta é encaminhar um pedido formal e uma cópia do projeto a presidência da FUNAI, detalhando de maneira clara e objetiva o trabalho que será desenvolvido. O direito de uso da imagem deve ser esclarecido em documento que a FUNAI fornece em contrato formal. Muitas aldeias têm associações e também podem fazer um contrato direto com o fotógrafo, mas o contato com o órgão competente deve ser respeitado.

LEIA TODA ENTREVISTA NO SITE DA ÍMÃ.

Confira algumas fotos que fazem parte da exposição.

Coquetel de abertura da exposição "Mavutsinin- O Último Kuarup", por Renato Soares
Abertura: 09 de maio, sexta feira, as 20hs
Local: Ímã Foto Galeria
Entrada Gratuita

ÍMÃ FOTO GALERIA - R. Fradique Coutinho, 1239 - V. Madalena - São Paulo - Tel: (11) 3816-1290

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