MUSEU AFRO BRASIL
Vik Muniz
Rodrigo Petrella
Guy Veloso
Eduardo Margareto
Ángel Marcos
MUSEU AFRO BRASIL
Itinerarium
Pelo Caminho de Santiago em Castilla e Léon
de 16 de julho a novembro de 2008
O Museu Afro Brasil exibe 60 fotografias e uma instalação de três artistas brasileiros e dois espanhóis em torno do milenar Caminho de
Santiago de Compostela, na Espanha; o governador de Castilla e León, Juan Vicente Herrera participa da abertura da exposição
Curadoria: Amador Griño e Wilson Lázaro (co-curador)
Artistas: Vik Muniz, Guy Veloso, Eduardo Margareto, Ángel Marco e Rodrigo Petrella
Local: Pavimento térreo do Museu Afro Brasil
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/no, portão 10, Parque do Ibirapuera,
Telefone: (11) 5579 0593
Abertura: 16 de julho, quarta, às 13 horas (para convidados)
Período expositivo: de 17 de julho a novembro de 2008
Horário: terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada gratuita
Realização: Junta de Castilla e León (Espanha)
Serviços: Núcleo de Educação e Biblioteca Carolina Maria de Jesus
Acesso às pessoas com necessidades especiais
Estacionamento Zona Azul pelo portão 3
www.museuafrobrasil.com.br
Assessoria de imprensa:
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O Caminho de Santiago: um itinerário visual e poético
A Junta de Castilla e León e a Associação Museu Afro Brasil apresentam a exposição Itinerarium – Pelo Caminho de Santiago Castilla e Léon, em cartaz no Museu Afro Brasil de 16 de julho a novembro de 2008. São exibidas 60 fotografias e uma instalação produzidas pelos brasileiros Vik Muniz, Guy Veloso e Rodrigo Petrella e os espanhóis Ángel Marco e Eduardo Margareto. A curadoria é do espanhol Amador Griño, curador da última edição da Bienal de Valência, e de Wilson Lázaro, coordenador do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea do Rio de Janeiro. A abertura é realizada pelo presidente da Junta de Castilla e León, Juan Vicente Herrera. A exibição conta com o apoio de um catálogo, textos explicativos de parede e ações educativas.
A exposição trata por meio de imagens fotográficas do milenar Caminho que tem como ponto de referência e finalização de roteiros de peregrinações pela região de Castella e León, no norte da Espanha, a Catedral onde está enterrado o apóstolo cristão Santiago. Os cinco fotógrafos possibilitam ao público ter visões singulares da rota que encantou reis, rainhas, poetas, escritores, músicos, pintores, arquitetos, santos e milhares de anônimos de todo o mundo. O escritor brasileiro Paulo Coelho é considerado por muitos como um dos tradutores mais literais para o entendimento do Caminho de Santiago de Compostela.
“Através de olhares cruzados e convergentes de cinco artistas do Brasil e da Espanha reconstruímos uma perspectiva do estranho Caminho de Santiago”, comenta o curador Amador Griño. O que se vê nessa exposição apresentada pelo museu, segundo ele, são as inscrições no interior de uma igreja abandonada, o adorno infantil na grade da clausura, a manchete de um jornal jogado em uma cadeira, a lata de lixo embaixo de uma árvore ou, entre outras fotografias, os espetáculos anunciados nos cartazes colados em um muro. As imagens expostas pertencem a coleções particulares e ao Museo de Arte Contemporâneo de Castilla y León (MUSAC).
O nome em latim da exposição, explica o curador, é como se intitula o primeiro relato de uma viagem piedosa antes que a palavra peregrinação deixasse de significar unicamente viagem ao estrangeiro, para associar-se à fé e converter-se em viagem feita por motivos religiosos a um lugar consagrado por algum momento de nossas crenças. As fotografias, portanto, não tem caráter meramente de registro turístico.
Para a curadoria a fotografia é um suporte peculiar para tratar do Caminho de Santiago de Compostela. O fotógrafo empresta seus olhos e é responsável pela escolha do enquadramento, da hora, luz e do tempo da exposição as quais o espectador terá diante de si. “A fotografia, em sua autonomia irredutível, também nos revelará impudicamente tudo aquilo que lhe passou despercebido ou a que não deu importância”, escreve o curador Amador Griño.
Os cinco artistas
Ángel Marco – O artista espanhol é um profundo conhecedor do Caminho e a sua obra traz uma poética com variados matizes para ser apreciada. Para a curadoria, ele nos faz perceber a plenitude do vazio e o estrondo do silêncio por meio de suas fotografias. “Seus enquadramentos perfeitos, às vezes clássicos, não devem nos enganar. Ángel Marco nos incita à reflexão sobre o trânsito, os limites”, escreve Amador Griño. O artista se volta, entre outras imagens captadas, para caminhos solitários, um campo de futebol vazio diante de uma ermida ou as flores em oferenda em um dos altares no interior da catedral de Santiago de Compostela.
Eduardo Margareto – A maneira escolhida pelo artista espanhol para contar o Caminho é por meio de uma galeria de retratos de personagens encontrados em diferentes situações. “Estes rostos familiares e ao mesmo tempo estranhos são como existências em trânsito, almas do caminho. Almas que ficaram presas no itinerário e deixam entrever, através de seus rostos, simples compromissos ou fantasias pessoais de destinos crípticos transfomadas em histórias de paixão”, diz o curador. O artista apresenta ainda a instalação “Almas do Caminho”.
Guy Veloso – O artista paraense peregrinou por Santiago aos 23 anos e as suas imagens exalam um exercício emocional. “Suas fotografias, independente da técnica usada acumulam uma magia especial, um sentimento amoroso que ainda o ata à peregrinação”, observa o texto assinado pela curadoria.
Rodrigo Petrella – As fotografias em preto e branco remetem a uma época em que a técnica fotográfica, recém descoberta, era considerada um milagre com conteúdo mágico. “Pequenas cápsulas da memória que preservavam o aspecto das coisas. O que era representado nas fotografias tinha a aparência dos objetos, das paisagens, das pessoas e suscitava emoções e recordações ao espectador”, diz a curadoria sobre o trabalho do paulista.
Vik Muniz - Duas fotos, da série Chocolate, representam as catedrais de Leon e de Burgos pintadas com chocolates e posteriormente fotografadas pelo artista brasileiro. “É um brincalhão da pintura, que transgride no fundo os conceitos clássicos da obra de arte e da teoria da fotografia”, escreve.
Um Caminho repleto de histórias
O peregrino que percorre o Caminho de Santiago de Compostela encontra centenas de obras de arte como retábulos flamengos, vitrais, altares monumentais, pontes, castelos, hospitais, igrejas, relicários e esculturas, além de paisagens naturais e de povoados. Rituais ancestrais são recordados ou revividos, traduzindo-se principalmente no ato de caminhar a pé por diversos trajetos pelo interior da Península Ibérica e da França, num total de cerca de 900 quilômetros.
A partir da segunda metade do século XI o Caminho ganhou dimensão internacional. Sua história, resumidamente, começa com o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, que encontrou o corpo do apóstolo abraçando a sua própria cabeça decepada por inimigos da disseminação do cristianismo.
Entre as personalidades que realizaram a peregrinação até a igreja estão o rei Alfonso II, o Casto, Dante Alighieri, o pintor Jan Van Eyck, o papa Calixto I, a rainha Isabel de Portugal, São Domingo da Calzada e, na atualidade, o papa Bento XVI. Um dos símbolos mais disseminados do Caminho é o da concha, que funciona como um passaporte e atestado da peregrinação.
Texto complementar da curadoria
As relações entre Castilla e León e o Brasil foram sempre muito fluidas e intensas, são muitos os brasileiros que estudam espanhol ou ampliam seus estudos nas diferentes Universidades de Castilla e León. Por outro lado, em relação à influência que o Caminho de Santiago exerce sobre os brasileiros que visitam Castilla e León, temos que reconhecer que, juntamente com alemães e franceses, são os peregrinos brasileiros os que mais peregrinam ano após ano, estando a Alemanha e a França muito mais perto de Espanha do que se encontra o Brasil. Deste modo, é evidente que existe uma atração especial entre os brasileiros, para se deslocarem de tão longe para realizar a Peregrinação Compostelana. Existe uma infinidade de razões, por exemplo, a repercussão de nível mundial que teve o best-seller do brasileiro Paulo Coelho, “O Peregrino de Compostela” para dar a conhecer a essência do Caminho e o grande número de peregrinos brasileiros que se sentem atraídos pelo imponente legado artístico e monumental que ainda hoje constitui o Caminho de Santiago.
No próximo dia 16 de julho será inaugurada no Museu Afro Brasil no Parque Ibirapuera, São Paulo, a exposição “Itinerarium: Pelo Caminho de Santiago em Castilla e León”, sendo o Caminho o argumento das imagens da exposição.
Os fotógrafos reconstituem uma perspectiva singular do olhar sobre o Caminho de Santiago que, como explica o escritor Paulo Coelho, “O que fascina do Caminho, o extraordinário do Caminho, reside no Caminho das Pessoas Comuns”.
A exposição é uma homenagem que a Junta de Castilla e León – que tem o maior traçado do Caminho de Santiago – pretende prestar a todos os peregrinos que percorrem o Caminho. Que os trabalhos dos brasileiros Vik Muniz, Rodrigo Petrella e Guy Veloso juntamente com os trabalhos dos castelhanos e leoneses Ángel Marcos e Eduardo Margareto estimulem a curiosidade de todos aqueles que decidiram conhecer o Caminho e que tenham a certeza que em Castilla e León serão recebidos de braços abertos.
O catálogo da exposição reproduz as obras expostas e inclui textos do Sr. Juan Vicente Herrera - Presidente da Junta de Castilla e León, Eduardo Margareto, Guy Veloso, Amador Griñó (curador) e Wilson Lazaro (co-curador).
Lista de obras
15 fotografias em preto e branco Rodrigo Petrella (São Paulo)
13 fotografias coloridas de Guy Veloso (Belém do Pará)
02 fotografias coloridas de Vik Muniz (São Paulo)
15 fotografias coloridas de Ángel Marcos (Castilla e León)
1 fotomontagem de Ángel Marcos (Castilla e León)
15 fotografias coloridas de Eduardo Margareto (Castilla e León)
01 Vídeoarte de Eduardo Margareto
Exposições em cartaz no Museu Afro Brasil
- Bijagós – a arte dos povos de Guiné Bissau, até novembro
- Benin está vivo ainda lá – Ancestralidade e Contemporaneidade, até 27/7
- A Divina Inspiração Sagrada e Religiosa – sincretismos, até 27/7
- Formas e Pulos: o Saci no imaginário, até 27/7
- Acervo do Museu Afro Brasil, longa duração
Adelante Comunicação Cultural
Décio Hernandez Di Giorgi
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