CAVALO DE SANTO
CAVALO DE SANTO
Religiões Afro-Gaúchas
Dados do IBGE do Censo 2000, revelaram que o Rio Grande do Sul é o estado que, proporcionalmente , concentra o maior número de adeptos da umbanda e do candomblé/ batuque no país: 1.63% da população declarou que cultua a religião dos orixás. Famosos por seus terreiros e mães de santo, apenas 0,09% dos baianos afirmou ser da religião.
Para os técnicos do IBGE, mais surpreendente que a desmistificação da Bahia como símbolo da religião afro-brasileira é o crescimento da presença do candomblé (no sul chama-se Batuque) e da umbanda no Rio Grande do Sul.
De acordo com o Censo Nacional do IBGE/2000, enquanto no país como um todo houve uma redução de 0,4% para 0,3% de brasileiros que se declararam pertencentes às religiões afro-brasileiras, uma redução de 22,7%, no mesmo período, no Rio Grande do Sul, para o mesmo grupo religioso, houve um aumento de declarações de pertencimentos religiosos da ordem de 1,2% para 1,6%, uma variação positiva de 33,6%.
Conforme o antropólogo gaúcho Ari Pedro Oro, Batuque é o nome dado no Rio Grande do Sul à religião de matriz africana que cultua os orixás. É também conhecida como “nação”, em memória das nações africanas dos antepassados que aportaram a esse território (Oió, Jeje, Ijexá, Cabinda e Nagô), a tal ponto que é comum seus fiéis dizerem: “eu sou de nação”. A Umbanda - que reverencia os “Caboclos” (índios), os “Pretos-Velhos”, os “Ibeji” (“Cosmes”, espíritos infantis) e os orixás da umbanda - e a Linha Cruzada, ou Quimbanda - que cultua os Exus, as Pombagiras e os Ciganos - completam o repertório das religiões afro-gaúchas
Para o fotógrafo e antropólogo carioca Milton Guran, a exposição de fotos “Cavalo de Santo” é fruto da cumplicidade entre a força do povo de religião, a dedicação da fotógrafa e a magia da luz que percorreu seres e coisas na materialização deste inventário visual das religiões afro-brasileiras em terras gaúchas. As fotos de Mirian Fichtner são um trabalho documental que não pára no registro do fato ocorrido, mergulha neste fato, interage com ele, provoca e viabiliza a representação/interpretação que revela a construção de todo um universo simbólico. Resultado de primorosa pesquisa calcada na vivência das cerimônias, sedimentada na confiança mútua, onde o talento e a técnica da autora dialogam diretamente com a generosidade dos personagens em se apresentarem e compartilharem toda a força e o esplendor de sua religião.
"Cavalo de Santo" é um caso raro de combinação bem sucedida do rigor de conteúdo com o esplendor do visual, constituindo-se, assim, em um documento tanto sobre a dimensão visível dos cultos afro-gaúchos quanto da força invisível que lhes dá sentido.
É toda essa estética, experiência visual e esplendor, do batuque em particular e das religiões afro-gaúchas em geral, que Mirian Fichtner, com sua sensibilidade e qualificação profissional, conseguiu retratar, não somente não profanando em nada a sua beleza e a sua arte, mas, além disso, preservando e traduzindo visualmente um dos mais emblemáticos fundamentos dessas religiões: a união do belo e do sagrado.
As fotos são flagrantes insólitos e belíssimos sobre um universo do qual nós, porto-alegrenses e gaúchos, pouco sabíamos..Em uma província que tende a se ver como branca, a religiosidade afro-brasileira é freqüentemente ignorada, apesar de sua enorme vitalidade na capital e no interior, destaca Sérgius Gonzaga- Secretário de Cultura de Porto Alegre.
CAVALO DE SANTO
Religiões Afro - Gaúchas
Local da Exposição: Centro Cultural Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco 241 – Cinelândia – Rio de Janeiro ( RJ )
Fone: 21 – 32122550
www.ccjf.trf2.gov.br
Coquetel de Abertura: 20 de maio.
Período: de 21 de maio a 29 de junho de 2008
Fotógrafa
Mirian Fichtner nasceu em Porto Alegre/RS e trabalhou em alguns dos principais jornais brasileiros, entre eles: Zero Hora/RS, O Globo, O Dia, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo e para as Revistas Veja, Exame, Época e Isto É, entre outras. Possue vários prêmios nacionais e internacionais, além de livros e exposições realizadas. Em 2006, criou a Pluf Fotografias que atua na área editorial e corporativa, além de desenvolver projetos autorais.
www.mirianfichtner.com br
mirianfichtner@uol. com br
Prêmios:
* Prêmio ARI/1989 -1º lugar de fotografia da Associação Riograndense de Imprensa;
* Menção Honrosa no 25º International Photo Contest Nikon 94/95;
* 1º lugar no 26º International Photo Contest Nikon 96/97;
* Menção Honrosa no XXII Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos/ 2000
* 1º lugar no Prêmio Cláudio Abramo de Jornalismo/2000.
* Prêmio ABRIL/ 2006- pela reportagem “ Serenidade até o Fim”
* Prêmio Alexandre Adler de Fotografia/ Outubro 2006.
* Ganha patrocínio 2006/2007 da Kingston Tecnology/EUA.
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